O Comité Europeu de Normalização (CEN) acaba de anunciar a publicação de How to be gender-responsive in standardization?, brochura preparada para apoiar os organismos de normalização na promoção da equidade de género.

genderresponsivestandardization

Muitos produtos atualmente existentes no mercado são desenvolvidos e testados com base em dados masculinos. Na indústria automóvel, por exemplo, os testes de colisão utilizam modelos que refletem a estrutura física média de um homem, aumentando o risco para as mulheres, especialmente para as grávidas. O mesmo ocorre com os equipamentos de proteção individual, desenvolvidos com base nas características físicas masculinas, o que eleva o número de acidentes e riscos de saúde para mulheres que trabalham em setores como a construção e as indústrias extrativas. Uma vez que as normas regulam quase todos os aspetos da vida quotidiana, desde a segurança até à inovação, é vital que considerem o impacte de género, para que possam responder de forma eficaz aos desafios presentes e futuros.

Introduzir ações que visem promover a equidade de género na normalização é crucial para o desenvolvimento inclusivo e sustentável, alinhando-se com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5, da Agenda 2030 das Nações Unidas. As organizações envolvidas em normalização podem desempenhar um papel essencial na promoção da equidade de género e no apoio à concretização das metas do ODS 5, através de quatro ações fundamentais:

  1. Aumentar a participação feminina nas comissões técnicas de normalização, onde se estima que, atualmente, apenas 10% são mulheres.
  2. Integrar a equidade de género no processo de desenvolvimento de documentos normativos.
  3. Desenvolver documentos normativos que promovam a equidade de género e o empoderamento das mulheres.
  4. Consciencializar as comunidades em que estão integradas sobre a importância dos documentos normativos que apoiam a equidade de género.

Deixamos o repto para que se junte a este movimento em prol da equidade de género na normalização e convidamos à leitura do documento integral produzido pelo CEN.

Brochura «How to be gender-responsive in standardization?»

 

2024-10-27