A Qualidade, enquanto objetivo tangível, é transversal a toda a sociedade. Enquanto fator estruturante do desenvolvimento a Qualidade e condição necessária à competitividade das empresas e das organizações, em geral, pelos efeitos diretos que induz na produtividade, uma vez que não é possível desenvolver estratégias empresariais, ou organizacionais, baseadas em produtos ou serviços cujos atributos intrínsecos não correspondam a necessidades e expectativas dos consumidores, dos clientes ou dos utilizadores.
Ainda que, intuitivamente, oriente as escolhas dos Consumidores, a Qualidade raramente é relacionada com as características quantificáveis e comparáveis de produtos, serviços ou sistemas, que a podem distinguir de perceções subjetivas. Contudo, ainda que a sua perceção seja frequentemente difusa, ela ocupa um lugar central nas preocupações e nas aspirações dos Cidadãos de todo o mundo.
Através das respetivas políticas e de um modo geral, os governos procuram encontrar respostas capazes de concretizar este conceito, recorrendo a referenciais (Normas) e metodologias que refletem conhecimento consolidado e testado ao nível mundial, (princípios e regras) que suportam a desmonstração da Qualidade (acreditação e certificação), conferindo-lhe a credibilidade indispensável ao seu reconhecimento e à sua ampla aceitação pelos mercados, cada vez mais exigentes e sofisticados, e pela sociedade em geral.
Em Portugal, o Instituto Português da Qualidade, enquanto instituto público, sob a dependência e supervisão do Ministério da Economia, é responsável pela gestão e coordenação do Sistema Português da Qualidade, que constitui o enquadramento legal dos assuntos da Qualidade em Portugal. O SPQ, inclui as dimensões da Normalização, da Metrologia, da Qualificação e da Acreditação, através das quais o IPQ prossegue a sua missão de integrar as componentes relevantes para a melhoria da qualidade de produtos, de serviços e sistemas da qualidade, e da qualificação de pessoas.
Assim, inscreve-se na missão do IPQ, promover o planeamento e a programação das ações necessárias à execução das políticas nacionais definidas para a Qualidade, através da adoção de práticas e metodologias reconhecidas a nível nacional, regional e internacional, que assegurem a credibilidade e transparência do Sistema Português da Qualidade e dos seus agentes e a confiança nos resultados das suas atividades.
No desenvolvimento da estratégia atual, e atentas as responsabilidades inerentes à sua missão, o IPQ prossegue o alinhamento com a agenda temática da Estratégia Portugal 2030 e respetiva visão estratégica, bem como com as recomendações da Agenda Estratégica para a Qualidade 2030, aprovada pelo Fórum da Qualidade (uma estrutura representativa do mundo da Qualidade em Portugal), que prioriza a aposta na inovação e na promoção da Qualidade e da Excelência, como instrumentos fundamentais ao desenvolvimento sustentável das empresas e demais organizações portuguesas.
A Agenda Estratégica para a Qualidade 2030 sugere como desígnio nacional, “Vencer e Convencer pela Qualidade, ao Serviço da Produtividade, da Eficácia e da Eficiência”, e propõe, entre vários caminhos, a adoção de ferramentas e instrumentos de comunicação e promoção da Qualidade, capazes de descodificar conceitos, metodologias ou processos e relevar as vantagens da sua implementação transversal e abrangente, com foco na inovação, na produtividade, na competitividade e na sustentabilidade das organizações e das empresas nos diferentes setores, (público, privado e social), e em sintonia com a visão da construção de um Portugal moderno.
Para bem trilhar esse caminho, importa conhecer melhor a realidade do País, em matéria da Qualidade, sendo necessário estabelecer uma base de partida, suportada por conjunto de indicadores estratégicos, fiáveis, estáveis e testados, tendo em vista a monitorização e medição sistemáticas da respetiva evolução.
Nesse sentido, e a fim de proporcionar um quadro de referência nacional de comparabilidade com o mercado europeu e mundial de produtos e serviços e compreender o desenvolvimento económico e social nacional, torna-se necessário definir uma base-line que suporte um repositório de conhecimento dinâmico, capaz de fornecer informação de qualidade aos diferentes atores sociais.
É neste quadro, e tendo em conta os contextos europeu e mundial, que se afirmou prioritária a construção e implementação do Barómetro da Qualidade, assente num conjunto de métricas e metas caraterizadoras da evolução da qualidade, cuja monitorização e acompanhamento permitirá a elaboração periódica de relatórios de progresso e de um documento anual, sucinto, de descrição do “Estado da Qualidade em Portugal”.
Desta forma, será igualmente possível, desde logo, apoiar a definição de Politicas Publicas, através de recomendações, na identificação e definição de orientações estratégicas para as políticas nacionais em matéria da Qualidade, capazes de fomentar e facilitar a implementação pelas organizações e empresas, de abordagens sustentadas da qualidade, e construir um quadro comum favorável, que apoie as organizações na tomada de decisões suportadas no valor reconhecido e na sustentabilidade que a Qualidade lhes confere, almejando a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas em geral.
Esta iniciativa criada no âmbito da Agenda Estratégica para a Qualidade 2023, é um projeto piloto que tem como referência a Região Oeste, realizado em parceira com a Comunidade Intermunicipal do Oeste e com a NOVA IMS. A sessão de apresentação e lançamento teve lugar na CIMOESTE, no passado dia 11 de abril, em sede de Assembleia Intermunicipal.
Informações adicionais em Oeste é região piloto do Barómetro da Qualidade (oestecim.pt)