CLEAN ENERGY

Support for a European Metrology Network for clean energy

Um dos objetivos do Green Deal Europeu é colocar a Europa num caminho mais sustentável através da redução a zero das emissões líquidas de gases de estufa até 2050. A transformação de um sistema energético baseado em combustíveis fósseis num outro baseado em energias limpas e renováveis é um elemento crucial para atingir este fim. A futura Rede Metrológica Europeia (EMN) em Energias Limpas ambiciona apoiar os objetivos do Green Deal através de ações coordenadas para fornecer soluções às necessidades societais e industriais, tratando de um leque alargado de temas relacionados com energia limpa e que não são tratados pelos restantes EMN já existentes, incluindo geração, conversão, eficiência, armazenamento e transporte de energia. O projeto pretende suportar a criação desta rede (EMN) através da definição do seu âmbito e do foco no desenvolvimento de um diálogo permanente de longo prazo entre a comunidade metrológica e todo o campo das partes interessadas nas energias limpas.

O Green Deal Europeu, anunciado pela Comissão Europeia em dezembro de 2019, compromete a UE a se tornar neutral, em termos climáticos, até 2050, ao mesmo tempo que promete ajudar as empresas a tornarem-se líderes mundiais em tecnologias verdes e produtos limpos. Um elemento deste quadro político vem descrito na secção 2 do Green Deal Europeu: Transforming the EU’s economy for a sustainable future. Aqui é exigido o desenvolvimento de um sector energético baseado essencialmente em fontes de energia renováveis. Refere ainda a integração inteligente de renováveis com eficiência energética, bem como outras soluções sustentáveis transversais a outros sectores. O Quadro promove o desenvolvimento de tecnologias e infraestruturas inovadoras, como as redes inteligentes, redes de hidrogénio, captura, armazenamento e utilização de carbono, armazenamento de energia, e integração sectorial (ponto 2.1.2 do Green Deal Europeu). O desenvolvimento direto e gestão da qualidade destes produtos e tecnologias depende em muito de metrologia avançada e adaptada, suportando todos os aspetos da energia limpa na economia, indústria sustentável, sociedade, consumo, transporte sustentável, infraestruturas inteligentes de larga escala, e outros. Isto envolve geração, conversão, armazenamento, poupança e transporte de energia, onde o presente Joint research Project (JNP), e subsequentemente a respetiva rede EMN irão identificar e promover soluções metrológicas para os desafios das energias limpas na Europa. Daí que o ponto de partida deste JNP seja uma avaliação preliminar e o mais completa possível de todas as necessidades e interesses dos stakeholders, estando no centro dos processos de criação roadmap relacionados, os quais estão na base do processo de construção das EMN, para serem aprofundadas e aprimoradas numa troca multidirecional com e entre os mesmos grupos de stakeholders.

A transição para energias limpas representa um brutal desafio tecnológico. São necessárias tecnologias novas ou melhoradas e o apoio da Metrologia é vital para permitir estes desenvolvimentos tanto na academia como na indústria, e no assegurar que a energia limpa traz benefícios ambientais efetivos. Dados metrológicos fiáveis e confiáveis são necessários para avaliar, validar, e otimizar a eficácia das soluções científicas e das medidas políticas que suportam esta transformação conducente a uma energia segura, limpa e acessível. A Metrologia, por exemplo, permite a inovação pela verificação de melhor desempenho por comparação com o ponto de partida e assegura vigilância, em termos de comércio equitativo e justo, sobre diretrizes de EcoDesign através da verificação objetiva da conformidade.

O leque de tecnologias bem como o número de variedade de partes interessadas significa que ações individuais de NMI ou estados-membros, ou mesmo abordagens sectoriais, não serão capazes de identificar as necessidades comuns de investigação metrológica e de capacidades, necessárias para tratar de forma eficaz e eficiente as prioridades maiores. Há assim uma clara necessidade de uma rede ampla para coordenar a resposta da comunidade metrológica.

O futuro potencial da EMN em Energia Limpa irá cobrir uma ampla gama de áreas através de visão global do Sistema energético como um todo – incluindo geração, conversão, sistemas e tecnologias de armazenamento, processos industriais e eficiência energética. Está concebido para preencher lacunas existentes entre as redes EMN existentes sobre Energy Gases e Smart Electricity Grids, ambas com maior ênfase nas redes de distribuição específicas entre outros tópicos adjacentes.

Os objetivos específicos são:

  1. Identificar e abordar os principais stakeholders do campo da Energia Limpa e estabelecer um diálogo regular entre eles e o projeto para identificar as suas necessidades e promover a cooperação. Isto inclui indústria, reguladores, investigação e normalização, bem como redes existentes e novas, e começará por primeiro priorizar áreas alinhadas com a política europeia para o Green Deal associadas à Energia Limpa.
  2. Desenvolver uma Agenda Estratégica de Investigação (SRA) e roadmaps para a Energia Limpa considerando as atividades cobertas pelas EMN existentes e tendo em consideração a opinião e as necessidades metrológicas dos stakeholders identificados no Objetivo 1.
  3. Desenvolver uma Agenda Estratégica (SA), incluindo aspetos organizacionais para o uso partilhado transacional de infraestruturas metrológicas, coordenação de especialização orientada, e formação específica.
  4. Estabelecer um ponto de contacto para os stakeholders de todas as matérias de metrologia relacionadas com energias limpas, que pode incluir ferramentas baseadas na internet. O ponto de contacto será desenvolvido de forma a poder ser mantido pela futura EMN.
  5. Desenvolver um plano para uma Rede Metrológica Europeia multidisciplinar e sustentável para Energias Limpas. O plano irá completado em 12 meses após o início do projeto e permitirá:(i) identificar o âmbito da EMN, no que respeita à competência de outras EMN como Energy Gases e Smart Electrical Grids,
    (ii) usar capacidades de coordenação e especialização,
    (iii) alinhar com outras iniciativas e projetos em curso,
    (iv) promover o desenvolvimento de estados-membros emergentes, e
    (v) considerar como alargar a colaboração a países terceiros.

Contacto para mais informações: Isabel Godinho